quinta-feira, 14 de junho de 2012

Lista de ingredientes para um mundo melhor: 3. Não desistir

Por mais vezes que tropeces, não desistas. Por mais alta que seja a montanha, não desistas. Por mais que os outros percam a fé em ti, não desistas.

Os teus sonhos não importam para mais ninguém, portanto NÃO DESISTAS!

 (É que por vezes precisava que alguém mo relembrasse. Porque é humano sentir-se tentado a baixar os braços de vez em quando...)

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Mais uma baixa


Durante o percurso do Sandro, desde o jardim de infância, quer antes quer depois do rótulo do diagnóstico ter sido espetado definitivamente na testa dele, foram muitas as vezes que ouvi e vi nos olhos de outra pessoa a desistência. Mesmo que as palavras sejam aparentemente de esperança, alento, os seus olhos dizem: "DESISTO DO TEU FILHO". 
E na passada segunda-feira, foi esta a expressão que reconheci no olhar da professora de piano.

Depois de um ano lectivo de esforços, de dias melhores e de dias piores, o resultado não é muito visível, e realmente não me satisfaz. O Sandro perdeu o interesse inicial e eu vi como de dia para dia ele ía tendo menos vontade de sair de casa depois da escola para ir à aula de piano, e menos ainda à de iniciação musical. Vi como a professora ía mostrando cada vez menos entusiasmo - que era transbordante no início - e como as queixas relacionadas com o comportamento dele íam aumentando na proporção inversa. No ar ficou a hipótese de para o ano que vem a motivação dele ser outra. Em mim ficou a decepção de mais uma desistência. Nunca tive a ilusão de que o rapaz me fosse sair um pianista prodigioso, nos dias que correm os sonhos que me permito ter são bastante moderados, grandes mas acessíveis, para não correr o risco de deixar que a frustração acabe com a esperança. Mas agarrei-me ao facto de ele se mostrar interessado numa actividade, esperei que deste interesse resultasse uma série de benefícios para o seu desenvolvimento. Ao nível cognitivo, e também ao nível social, por obrigatoriamente estar em contacto com crianças da mesma faixa etária.

Não sei se os esforços valeram a pena. Tal como acontecia no primeiro e segundo ano, na escola, o contacto com crianças da mesma faixa etária não produziu efeitos positivos, antes pelo contrário. Evidenciou dificuldades e diferenças, prejudicou a auto-estima.

Quando vou buscá-lo à Academia de Música, ultimamente, deparo-me com uma criança que não é o Sandro; reproduz estereotipias que observa nos colegas da sala TEACCH, não fala, adopta comportamentos estranhos e por vezes quase violentos. Numa palavra, imita.

Estou perdida. Neste momento não sei a que me hei-de agarrar. Sinto que estou numa corrida contra o tempo, e me engano constantemente no caminho.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Uma história sobre consciência

Hoje à tarde, depois de umas quantas birras, explosões e um castigo, o Sandro veio ter comigo à cozinha.

Pediu-me desculpa, e alguns minutos depois acrescentou:

"Mãe, eu posso tomar o meu comprimido?"

"Tomar o comprimido? Para quê?..." - às vezes toma meio Rubifen para ir à aula de piano ou de música, mas hoje já tinha faltado.
E então responde-me:




"Para eu não te estar aqui só a chatear"  *_*