quarta-feira, 21 de março de 2012

"O menino não ouve bem"

Quando o S. tinha três anos, fomos chamados pela directora do Semi-internato onde ele andava. Disse-nos que ele parecia não ouvir bem. Que, muitas vezes, quando chamado, não respondia, nem dava qualquer sinal de ter ouvido o seu nome. Continuava, em vez disso, distraído com qualquer minúcia das que o atraem, como uma fechadura, uma ventoínha.

Falámos com a pediatra, apesar da certeza de que os ouvidos do pequeno estavam a cem por cento. E estavam mesmo. Depois de algumas viagens a Évora - mais algumas, além das consultas de estrabismo onde é seguido desde os oito meses - e de alguns exames, ficámos a saber sem surpresas que o S. ouvia perfeitamente.

Este foi um dos "sinais" que nos foram dados, e que nós não soubémos, na altura, interpretar. De facto, depois de termos o diagnóstico, e note-se o longo caminho que há que percorrer até chegar aqui, conseguimos identificar muitos "sinais" que nos foram chegando, por parte das educadoras. O problema da subtileza utilizada para falar com os pais, muitas vezes, é deixar demasiado em aberto aquilo de que se suspeita, aliado ao facto de que a criança normalmente não se comportar em casa, num ambiente familiar, da mesma forma que na escola/ jardim de infância.

A título de apelo, para aqueles que estão em contacto com as crianças diariamente em ambiente escolar, sugiro que não tenham medo de dizer aos pais/encarregados de educação aquilo de que suspeitam, tratando "as coisas pelos nomes". Tenho a a certeza de que esta atitude pode ajudar a identificar e diagnosticar correctamente e de forma precoce muitas dificuldades, ajudando a que estas sejam superadas desde mais cedo. Obrigada.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Feliz dia do Pai

Feliz dia do pai, a todos os pais que o são, de coração. Parece um poema, mas não. Feliz dia ao meu, feliz dia ao dos meus filhos, é o que desejo eu. Muitas alegrias, muitos beijos e abraços, muitos mais destes dias.

Parece um poema, mas não. :-)


sexta-feira, 16 de março de 2012

Pequenos grandes passos

Catorze meses após o nascimento da M., e depois de sete de jornada reduzida, comecei ontem a trabalhar com jornada completa. Uma diferença de quase duas horas que obrigam a algumas adaptações. Para começar, esta mudança obriga-me inevitavelmente a acordar e sair de casa mais cedo, daí que tento dormir também mais cedo. Coisa que não tenho conseguido fazer... De manhã tenho que acordar a M. por volta das seis, para mamar - yeeeyyyy!!! - e depois o pai adormece-a caso seja necessário. Embora não note demasiado o aumento de horas no escritório, porque de manhã há menos trabalho, ao princípio da tarde já estou extenuada... Boa contrapartida: os moços despacham-se sozinhos de manhã - afinal têm de ajudar o pai! - e sentem-se uns homens por isso. E à tarde também ajudam - visto que agora a mãe trabalha muito cedo e a essa hora já está muito cansada.

O D. tem aulas de natação duas vezes por semana. Ontem foi um daqueles dias em que se juntam vários azares, por isso, perguntei-lhe se não se importava de ir sozinho à aula, prometendo-lhe que voltaria a tempo de o ajudar a vestir-se. Valente e inchado, lá foi ele, aquele mini-homenzinho, de passo firme e mochila às costas, em direcção à porta da Piscina Municipal, decidido a valer-se sozinho com tantas coisas na cabeça - e na mochila.

Quando voltei, com a M. a tiracolo e o S. atrás de mim, entrei no balneário e já tinha tomado banho! E nem esperou pela ajuda, enfiou o roupão e foi secar o cabelo!... Foi um grande passo para a autonomia do D., que entrará para o primeiro ano já em Setembro e que se acomodou - nos acomodámos - um pouco, talvez por ter sido durante quase cinco anos o filho mais novo.

Como já postei aqui antes, o S. está agora a descobrir as maravilhas que se podem fazer juntando algumas letras de diferentes maneiras - a matemática está ainda pouco desenvolvida - e ontem, uma vez mais, depois de repetir algumas vezes que começasse a fazer os trabalhos de casa, sentou-se com a ficha à frente e terminou-a em três tempos! Tratava-se apenas de copiar algumas palavras, "janela", "panela", etc, ilustrar as mesmas, fazer umas ligações, nada que lhe demorasse menos de uma hora a fazer, há menos de um ano atrás. Curioso é que ultimamente o S. prefere fazer os trabalhos de casa com ruído à volta, perto da televisão - de costas, mas perto - ou com o MP3 - parece que isso o ajuda a focar a atenção?!. Vou estar atenta a isto.