Por mais vezes que tropeces, não desistas. Por mais alta que seja a montanha, não desistas. Por mais que os outros percam a fé em ti, não desistas.
Os teus sonhos não importam para mais ninguém, portanto NÃO DESISTAS!
(É que por vezes precisava que alguém mo relembrasse. Porque é humano sentir-se tentado a baixar os braços de vez em quando...)
Por acreditar que é possível e que está nas mãos de todos nós. Porque enquanto não acreditarmos, nunca vai acontecer. Porque partilhar experiências é partilhar conhecimentos. Porque partilhar as alegrias transmite alegria, e partilhar as desventuras... bem, alivía quem se queixa. E também pode transmitir esperança. Aqui fala-se de tudo o que me diz respeito, pelo menos um pouco. De coisas de pais, de filhos, de autismo, de lições de vida, de lições da escola.
quinta-feira, 14 de junho de 2012
quarta-feira, 13 de junho de 2012
Mais uma baixa
Durante o percurso do Sandro, desde o jardim de infância, quer antes quer depois do rótulo do diagnóstico ter sido espetado definitivamente na testa dele, foram muitas as vezes que ouvi e vi nos olhos de outra pessoa a desistência. Mesmo que as palavras sejam aparentemente de esperança, alento, os seus olhos dizem: "DESISTO DO TEU FILHO".
E na passada segunda-feira, foi esta a expressão que reconheci no olhar da professora de piano.
Depois de um ano lectivo de esforços, de dias melhores e de dias piores, o resultado não é muito visível, e realmente não me satisfaz. O Sandro perdeu o interesse inicial e eu vi como de dia para dia ele ía tendo menos vontade de sair de casa depois da escola para ir à aula de piano, e menos ainda à de iniciação musical. Vi como a professora ía mostrando cada vez menos entusiasmo - que era transbordante no início - e como as queixas relacionadas com o comportamento dele íam aumentando na proporção inversa. No ar ficou a hipótese de para o ano que vem a motivação dele ser outra. Em mim ficou a decepção de mais uma desistência. Nunca tive a ilusão de que o rapaz me fosse sair um pianista prodigioso, nos dias que correm os sonhos que me permito ter são bastante moderados, grandes mas acessíveis, para não correr o risco de deixar que a frustração acabe com a esperança. Mas agarrei-me ao facto de ele se mostrar interessado numa actividade, esperei que deste interesse resultasse uma série de benefícios para o seu desenvolvimento. Ao nível cognitivo, e também ao nível social, por obrigatoriamente estar em contacto com crianças da mesma faixa etária.
Não sei se os esforços valeram a pena. Tal como acontecia no primeiro e segundo ano, na escola, o contacto com crianças da mesma faixa etária não produziu efeitos positivos, antes pelo contrário. Evidenciou dificuldades e diferenças, prejudicou a auto-estima.
Quando vou buscá-lo à Academia de Música, ultimamente, deparo-me com uma criança que não é o Sandro; reproduz estereotipias que observa nos colegas da sala TEACCH, não fala, adopta comportamentos estranhos e por vezes quase violentos. Numa palavra, imita.
Estou perdida. Neste momento não sei a que me hei-de agarrar. Sinto que estou numa corrida contra o tempo, e me engano constantemente no caminho.
quarta-feira, 6 de junho de 2012
Uma história sobre consciência
Hoje à tarde, depois de umas quantas birras, explosões e um castigo, o Sandro veio ter comigo à cozinha.
Pediu-me desculpa, e alguns minutos depois acrescentou:
"Mãe, eu posso tomar o meu comprimido?"
"Tomar o comprimido? Para quê?..." - às vezes toma meio Rubifen para ir à aula de piano ou de música, mas hoje já tinha faltado.
E então responde-me:
"Para eu não te estar aqui só a chatear" *_*
Pediu-me desculpa, e alguns minutos depois acrescentou:
"Mãe, eu posso tomar o meu comprimido?"
"Tomar o comprimido? Para quê?..." - às vezes toma meio Rubifen para ir à aula de piano ou de música, mas hoje já tinha faltado.
E então responde-me:
"Para eu não te estar aqui só a chatear" *_*
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