Lamento muitas vezes, não o facto de ter sido mãe muito nova - isso é um bónus, mas sim não ter compreendido coisas que só mais tarde pude compreender. Que por vezes há que deixar as coisas seguirem o seu rumo, que a Natureza é sábia, que os seres humanos ainda existem porque ainda são movidos pelo instinto, que não podemos sempre controlar tudo. Se com vinte anos soubesse isto, quando o S. nasceu teria podido amamentá-lo.
Sem dúvida, hoje em dia as alternativas são boas, um bebé alimentado de forma artificial cresce normal e saudável, à primeira vista parece não haver diferença entre um bebé amamentado e outro alimentado artificialmente. Ainda bem que ainda temos o instinto para nos dizer ao ouvido que nem tudo o que parece é.
O meu contributo para tornar o mundo melhor é, neste momento, incentivar todas as futuras mães a desejarem amamentar os seus filhos. É explicar-lhes que não importa que todos digam que o biberão é igual, ou até melhor, que alimenta mais, que o bebé engorda mais - e que isso é bom. É dizer às mães que acabam de ter um bebé que não estão sozinhas na dura tarefa de criar um recém-nascido exclusivamente ao peito, com pontos a doerem, mamilos gretados e olheiras que chegam ao queixo.
Chamem-se chata, chamem-me fanática, mas antes de perguntar como o bebé se vai chamar, provavelmente perguntarei se a mãe pensa amamentar. Antes de oferecer um quadro para o quarto do bebé, vou preferir oferecer uma almofada de aleitamento, ou uma bomba tira-leite. E quando o bebé nascer, antes de oferecer a minha ajuda para passar a ferro, vou oferecer todo o meu apoio, conselhos e dicas para um aleitamento materno bem sucedido.
Para ajudar a superar as dificuldades próprias desta etapa, é possível recorrer à associação SOS Amamentação, no blog, ou através do site www.sosamamentacao.org.pt.
Aproveito para partilhar um excerto do post publicado pela SOS Amamentação intitulado "Riscos do Leite Artificial", acerca de um estudo efectuado pela DECO já há alguns anos:
"Assim, os Riscos do Leite Artificial são:
* Interfere na relação mãe-filho
* Episódios mais frequentes de diarreia e infecções respiratórias
* Maior frequência de desnutrição e de carência em micro-nutrientes
* Maior frequência de doenças cardiovasculares
* Maior frequência de diabetes e de tumores
* Menor desenvolvimento cognitivo
* Menor espaçamento entre gravidezes
* Maior incidência de depressão pós-parto
* Maior incidência de tumores maternos
* O leite em pó não é um produto estéril, ao contrário dos leites artificiais líquidos
* O leite em pó pode ser contaminado a nível industrial no processo de produção com bactérias patogénicas (até 14% de amostras testadas)."