Chegada a casa, sacos na mão, bebé no chão, mala para cima do sofá, o S. abre a porta, o D. atira com o casaco e agarra o comando da televisão antes daquele cair em cima do cadeirão. As chaves, o S. coloca-as sem pensar, e sem eu ver, em cima da secretária.
Cinco minutos mais tarde, o S. passa pela secretária e nota que as chaves ficaram onde ele as colocou. Pega no peluche enorme que serve para encontrar as chaves dentro da mala, balança-o diante de mim e comenta, em tom de repreensão:
"Olha, Mãe. Depois dizes "Sandro viste a minha chave"!"
E tem muita razão - excepto na parte em que foi ele que deixou as chaves no sítio errado - porque, como tem tão boa memória visual, é o único em casa que sabe sempre onde está tudo, mesmo que esteja no sítio errado. Basta ter olhado para lá. Então damos por nós à procura de algo pela casa toda e a perguntar "Sandro, sabes onde está?". E sabe sempre! :-)
Por acreditar que é possível e que está nas mãos de todos nós. Porque enquanto não acreditarmos, nunca vai acontecer. Porque partilhar experiências é partilhar conhecimentos. Porque partilhar as alegrias transmite alegria, e partilhar as desventuras... bem, alivía quem se queixa. E também pode transmitir esperança. Aqui fala-se de tudo o que me diz respeito, pelo menos um pouco. De coisas de pais, de filhos, de autismo, de lições de vida, de lições da escola.
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