Catorze meses após o nascimento da M., e depois de sete de jornada reduzida, comecei ontem a trabalhar com jornada completa. Uma diferença de quase duas horas que obrigam a algumas adaptações. Para começar, esta mudança obriga-me inevitavelmente a acordar e sair de casa mais cedo, daí que tento dormir também mais cedo. Coisa que não tenho conseguido fazer... De manhã tenho que acordar a M. por volta das seis, para mamar - yeeeyyyy!!! - e depois o pai adormece-a caso seja necessário. Embora não note demasiado o aumento de horas no escritório, porque de manhã há menos trabalho, ao princípio da tarde já estou extenuada... Boa contrapartida: os moços despacham-se sozinhos de manhã - afinal têm de ajudar o pai! - e sentem-se uns homens por isso. E à tarde também ajudam - visto que agora a mãe trabalha muito cedo e a essa hora já está muito cansada.
O D. tem aulas de natação duas vezes por semana. Ontem foi um daqueles dias em que se juntam vários azares, por isso, perguntei-lhe se não se importava de ir sozinho à aula, prometendo-lhe que voltaria a tempo de o ajudar a vestir-se. Valente e inchado, lá foi ele, aquele mini-homenzinho, de passo firme e mochila às costas, em direcção à porta da Piscina Municipal, decidido a valer-se sozinho com tantas coisas na cabeça - e na mochila.
Quando voltei, com a M. a tiracolo e o S. atrás de mim, entrei no balneário e já tinha tomado banho! E nem esperou pela ajuda, enfiou o roupão e foi secar o cabelo!... Foi um grande passo para a autonomia do D., que entrará para o primeiro ano já em Setembro e que se acomodou - nos acomodámos - um pouco, talvez por ter sido durante quase cinco anos o filho mais novo.
Como já postei aqui antes, o S. está agora a descobrir as maravilhas que se podem fazer juntando algumas letras de diferentes maneiras - a matemática está ainda pouco desenvolvida - e ontem, uma vez mais, depois de repetir algumas vezes que começasse a fazer os trabalhos de casa, sentou-se com a ficha à frente e terminou-a em três tempos! Tratava-se apenas de copiar algumas palavras, "janela", "panela", etc, ilustrar as mesmas, fazer umas ligações, nada que lhe demorasse menos de uma hora a fazer, há menos de um ano atrás. Curioso é que ultimamente o S. prefere fazer os trabalhos de casa com ruído à volta, perto da televisão - de costas, mas perto - ou com o MP3 - parece que isso o ajuda a focar a atenção?!. Vou estar atenta a isto.
Por acreditar que é possível e que está nas mãos de todos nós. Porque enquanto não acreditarmos, nunca vai acontecer. Porque partilhar experiências é partilhar conhecimentos. Porque partilhar as alegrias transmite alegria, e partilhar as desventuras... bem, alivía quem se queixa. E também pode transmitir esperança. Aqui fala-se de tudo o que me diz respeito, pelo menos um pouco. De coisas de pais, de filhos, de autismo, de lições de vida, de lições da escola.
1 comentário:
Las aventuras de una madre trabajadora y su prole... Pleno de acción y real como la vida misma. Delicioso ;-)
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